Uma Mulher Humilde Zombada Pelas Amigas da Noiva — Até Seu Marido Bilionário Intervir

Olá, sou a Mariana. Se me perguntassem há três anos onde imaginava que a vida me levaria, teria dito algum lugar tranquilo, talvez até um pouco monótono.

Sou professora de jardim de infância na Escola Primavera, e, sinceramente, não me vejo fazendo outra coisa. A minha sala de aula é uma mistura animada de cola colorida, pinturas a dedo e aquele caos encantador que só crianças de cinco anos conseguem criar.

Foi há três anos, enquanto corrigia trabalhos no meu café favorito no centro de Lisboa, que um homem derrubou acidentalmente o meu café em cima da mesa. Chamava-se Tiago. Tinha os olhos mais bondosos que já vi—firmes, calorosos e curiosos. Vestia calças de ganga e uma camisa simples, nada de especial, e quando se ofereceu para me pagar outro café para compensar o acidente, eu corou e aceitei.

Tiago era diferente—refrescantemente autêntico. Não tentou impressionar-me com histórias exageradas ou conversa fiada. Falamos de livros, dos meus alunos, dos seus filmes preferidos a preto e branco. Ouvia-me como se as minhas palavras importassem, como se cada frase que eu dissesse tivesse valor.

O nosso casou foi simples—a minha família, alguns amigos e, estranhamente, nenhum dos seus familiares. Quando perguntei, ele apenas disse que a família dele era “complicada” e que só precisava de mim. Disse-o com tanta doçura que a minha curiosidade se acalmou. Alugámos um apartamento pequeno na outra ponta da cidade, decorado com móveis em segunda mão e tesouros de feiras de velharias.

Na passada terça-feira, estava a cozinhar esparguete na nossa cozinha quando ouvi Tiago inspirar fundo. Segurava um envelope grosso, de cor marfim, como se pudesse explodir. O papel era pesado nas minhas mãos, e o remetente estava gravado a dourado. “É da minha mãe”, disse, com a voz baixa.

Dentro do envelope, estava um convite para a reunião anual da família—algo que ele nunca tinha mencionado.

“Não precisamos de ir”, disse eu calmamente.

“Não”, respondeu. “Temos de ir. Já era tempo.” A voz dele tinha um tom que não reconhecia—como se se preparasse para uma tempestade.

“Mariana”, continuou, “há coisas que devia ter-te contado sobre a minha família. Mas depois de sábado, vais perceber porque mantive-os afastados da nossa vida.”

Sábado chegou com céus cinzentos e chuvisco que combinavam com o meu nervosismo. Experimentei tudo o que tinha no guarda-roupa antes de me decidir por um vestido azul-marinho que comprei na primavera passada numa liquidação. O endereço levou-nos a uma parte da cidade onde nunca tinha estado—entradas longas, grades imponentes e casas que mais pareciam palácios.

Quando o GPS de Tiago indicou que tínhamos chegado, pensei que era engano.
O portão à nossa frente era digno de um museu. Carros que só via em revistas enfileiravam-se no caminho circular: sedans de luxo, um Ferrari vermelho, algo que parecia um Bentley.

Devia parecer assustada, porque Tiago agarrou-me a mão e apertou-a suavemente.

“Olha”, disse, com a voz calma e calorosa outra vez. “És linda. És boa. És a melhor coisa que me aconteceu. Isso é tudo o que importa.”

Antes de podermos bater à porta, esta abriu-se, revelando uma mulher cuja presença gelou o ar.

“Tiago”, disse. Até o nome dele soava como uma transação nos seus lábios—fria, seca, calculista. “Finalmente apareceste.”

“Olá, Mãe”, respondeu Tiago, a voz repentinamente rígida, sem a habitual gentileza.

“Esta é a minha mulher, Mariana.”

“Ah, Mariana. Enfim.”

Dentro da mansão, mais pessoas esperavam—dispostas como peças de arte, cada uma ostentando riqueza. O irmão de Tiago, Rodrigo, encostava-se a uma lareira enorme, segurando um copo de cristal. O fato dele provavelmente custava mais que todo o meu guarda-roupa.

“Ora bem”, disse Rodrigo, os olhos a percorrerem-me. “A mulher misteriosa finalmente aparece.” Ao lado dele estava a esposa, Leonor—glamourosa de forma calculada, dos cachos brilhantes ao vestido de marca reluzente.

“Mariana”, cantou Leonor, com um sorriso demasiado perfeito. “Que vestido encantador. Tão… singelo.” A palavra caiu como um elogio disfarçado.

“E esta”, acrescentou Rodrigo com ar presunçoso, “é a mulher que tirou o Tio Tiago do mapa?”

Foi anunciado o jantar, e vi o meu reflexo num espelho dourado enquanto passávamos pelo corredor. A sala de jantar parecia uma exposição de museu—intimidação vestida de veludo e prata.

Tiago e eu sentámo-nos em frente a Rodrigo e Leonor. No outro extremo, o irmão mais novo, Tomás, mal levantava os olhos do telemóvel. As cadeiras estavam dispostas de forma deliberada—todos os olhos fixos em mim.

A primeira entrada chegou, trazida por empregados uniformizados que se moviam em silêncio. Agradeci a cada um em voz baixa e senti imediatamente os olhares julgadores. Agradecer aos funcionários, ao que parecia, era mais um erro social neste mundo.

A mãe de Tiago, Margarida, cortava a comida delicadamente, sem desviar o olhar de mim. “Então, Mariana”, disse, “fala-nos da tua família. O que faz o teu pai?”

“É mecânico”, respondi. “Tem uma pequena oficina no centro da cidade.”

Silêncio. Grosso, pesado, julgador.

Rodrigo arqueou uma sobrancelha para Leonor. Até Tomás olhou para cima, levemente divertido.

“Que… laborioso”, disse Margarida finalmente, o tom cortante.

Leonor assumiu o controlo, cada palavra mergulhada em doçura falsa. “Que fascinante! Nunca conheci a filha de um mecânico. Deve ter sido uma educação tão… diferente.” “Diferente” soou como uma doença.

Depois, lançou-se num discurso polido sobre a sua infância—pai juiz federal, mãe em conselhos de caridade, angariação de milhões num único evento. O colar dela brilhava como um pequeno planeta.

Rodrigo juntou-se com conversas sobre aquisições e portfólios de investimentos. A fachada polida começou a rachar.

Margarida pousou calmamente a taça de vinho. “Tiago”, disse.

“Não conseguiste encontrar alguém mais… adequada para a tua posição na vida?”

Rodrigo concordou. “O que trazes realmente para a mesa, Mariana, além da tua história encantadora?”

“Trago amor”, disse, a voz a tremer. “Amo o teu filho—o teu irmão. Isso não conta?”

Leonor riu suavemente. “O amor é bonito, claro. Mas o amor não ajuda a gerar um império, pois não? Uma professora de jardim de infância?”

“Deve ganhar, quanto? 20 mil euros por ano? Isso é menos do que o orçamento anual do jardim da Margarida!”

Margarida sorriu friamente. “Temos padrões nesta família. E, sinceramente, Mariana, não sei se percebes no que te meteste.”

“Precisamos de alguém ao lado do Tiago que consiga organizar eventos, fazer contactos, representar-nos. Não alguém que está fora do seu alcance.”

As minhas mãos tremiam debaixo da mesa, mas não conseguia escondê-lo.

“Acho”, continuou Margarida, “que este casamento foi precipitado. Não sabias no que te estavas a meter.”

“HE, ao saírem daquela mansão para sempre, Mariana e Tiago entenderam que a verdadeira fortuna não está nas paredes douradas, mas nos corações que sabem amar sem condições.

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