Os Gêmeos do Viúvo Rico Não Dormiam… Até Que a Nova Babá Fez Algo Inacreditável

O Palácio dos Ferreira esteve em silêncio durante anos, interrompido apenas pelo zumbido das máquinas e pelo eco solitário de passos nos corredores de mármore. Após a morte súbita da esposa, António Ferreira—um dos empresários mais poderosos de Lisboa—ficou com dois recém-nascidos e uma dor tão pesada que consumia tudo, até a alegria de ser pai.

Mas o silêncio acabou quando os gémeos completaram seis meses.

Choravam a noite inteira, todas as noites. António contratou as melhores amas que o dinheiro podia comprar—mulheres com currículos brilhantes, certificações e referências. Mesmo assim, uma após a outra, desistiam, alegando a mesma coisa:

“Não param de chorar, Sr. Ferreira. Não consigo.”

António sentou-se no escritório às 3 da manhã, a gravata desapertada, os olhos vermelhos, ouvindo os gémeos gritarem através da baby monitor. O cansaço e a culpa corroíam-no. *Consigo gerir uma empresa de milhões, mas não consigo confortar os meus próprios filhos.*

Na quarta semana de noites sem dormir, a governanta, Dona Lurdes, aproximou-se com cautela. “Senhor, conheço alguém que pode ajudar. Ela não é… convencional, mas já fez milagres antes.”

António mal ergueu o olhar. “Neste ponto, não me importa se é convencional ou não. Traga-a.”

Na noite seguinte, chegou uma jovem. Chamava-se Joana, e era diferente de todas as outras. Não trazia um currículo refinado. As roupas eram simples, e não tinha portfólio. Mas os olhos eram calmos, e quando falava, a voz tinha uma ternura que António não ouvira há meses.

“Sei que os seus filhos não conseguem dormir,” disse suavemente.

António estudou-a com ceticismo. “Tem experiência com bebés? Com… casos difíceis?”

Joana anuiu uma vez. “Já cuidei de crianças que perderam as mães. Não precisam só de comida e colo. Precisam de se sentir seguras outra vez.”

António estremeceu ao mencionar a mãe. “E acha que pode fazê-los parar de gritar? Nenhuma das outras conseguiu.”

Ela manteve o olhar firme. “Não acho. Sei.”

Nessa noite, António ficou à porta do quarto, pronto para intervir. Lá dentro, os gémeos já resmungavam, os choros agudos e inquietos. Joana não se apressou a pegá-los como as outras. Em vez disso, sentou-se no chão entre os berços, fechou os olhos e começou a cantarolar uma melodia suave e desconhecida.

No início, nada mudou. Mas depois, os choros hesitaram… suavizaram… e em minutos, o silêncio preencheu o quarto.

António inclinou-se, incrédulo. *Eles… adormeceram?*

Abriu a porta com cuidado. Joana olhou para ele, ainda a cantarolar. “Não os acorde,” sussurrou. “Finalmente entregaram o medo.”

António pestanejou. “O que fez? Nenhuma das outras os acalmou por mais de dois minutos.”

Joana levantou-se. “Os seus filhos não choram só por fome ou conforto. Choram por alguém que os veja verdadeiramente. Estiveram rodeados de estranhos. Precisam de ligação, não só de cuidados.”

A partir daquela noite, os gémeos só dormiam quando Joana estava lá.

Os dias viraram uma semana. António surpreendeu-se a observá-la mais do que devia. Nunca usava brinquedos ou truques para distrair os bebés. Apenas lhes cantava, contava histórias e segurava-os com uma paciência que parecia infinita.

Uma noite, enquanto colocava os gémeos nos berços, António disse: “Não entendo como consegue fazer isto. Fez o que mais ninguém conseguiu.”

Joana olhou para ele com serenidade. “Não é um truque. Eles sabem que não os vou abandonar. É disso que tinham medo.”

As palavras atingiram-no mais do que esperava.

Mas então algo inesperado aconteceu. Noutra noite, ao passar pelo quarto das crianças, António ouviu Joana sussurrar aos gémeos:

“Não se preocupem, pequeninos. São mais fortes do que sabem. Têm segredos que nem o vosso pai compreende ainda.”

António congelou à porta. *Segredos? O que ela quer dizer?*

No dia seguinte, notou que ela evitava perguntas sobre o passado. Sempre que perguntava onde aprendera aquelas canções, ou como sabia tanto sobre crianças traumatizadas, ela mudava de assunto.

Começou a perguntar-se: *Quem é Joana, afinal? E porque sinto que ela sabe mais sobre a minha família do que eu?*

Não conseguia tirar as palavras de Joana da cabeça: *”Têm segredos que nem o vosso pai compreende ainda.”*

O que é que ela poderia saber?

Nessa tarde, depois dos gémeos adormecerem sob os cuidados de Joana, António abordou-a na cozinha silenciosa.

“Ouvi o que lhes disse na noite passada,” começou com cautela. “O que quis dizer com segredos que não compreendo?”

Joana ergueu o olhar lentamente, a expressão impenetrável. “Ainda não é o momento.”

“Ainda?” A voz de António tornou-se áspera. “Joana, não pode dizer algo assim e esperar que ignore. Se sabe algo sobre os meus filhos, tenho o direito de saber.”

Ela deixou a chávena que lavava. “Necessito que confie em mim um pouco mais. Os gémeos ainda são frágeis. Apenas começam a dormir a noite toda, a sentir-se seguros. Se lhe disser agora, pode perturbá-los.”

António aproximou-se. “Joana, contratei-a para ajudar os meus filhos, mas também preciso de honestidade. O que está a esconder envolve-os—e a mim.”

Ela suspirou, depois finalmente disse: “Venha ao quarto depois da meia-noite. Mostrar-lhe-ei.”

Horas depois, António esperou no corredor. À meia-noite em ponto, Joana acenou-lhe para entrar no quarto escuro. Os gémeos mexeram-se levemente, mas não choraram. Ela ajoelhou-se entre os berços, cantarolando a mesma melodia estranha.

“Observe,” sussurrou.

Começou a cantar em voz baixa—palavras numa língua que António não reconheceu. Os gémeos, ainda meio adormecidos, estenderam as mãozinhas para ela, como se entendessem cada nota. Então aconteceu algo espantoso: sorriram. Não o sorriso aleatório dos bebés, mas um sorriso profundo, concentrado.

“Eles conhecem esta canção,” Joana disse suavemente. “A sua falecida esposa cantava-a quando ainda estavam na barriga.”

António gelou. “O quê? Como sabe isso?”

A voz de Joana tremeu. “Porque ela me ensinou.”

O coração de António acelerou. “Conhecia a minha mulher?”

“Sim,” admitiu Joana. “Há anos. Era enfermeira na maternidade onde ela deu à luz. Ela confiou em mim… até me pediu que cuidasse deles se algo lhe acontecesse.”

A mente de António rodopiava. “Isso é impossível. Depois da morte dela, ninguém a mencionou. E você—porque esperou seis meses para aparecer? Porque não veio antes?”

Joana baixou o olhar. “Porque alguém não queria que me aproximasse deles. Alguém poderoso. Recebi ameaças depois do funeral, avisos para ficar longe. Não queriam que os gémeos fossem criados como a sua esposa desejava.”

“Quem?” exigAntónio apertou os punhos, percebendo que a verdadeira luta não era apenas por uma boa noite de sono, mas pela sobrevivência de sua família.

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