No fim de semana passado, chegou um chamado sobre um roubo.
Não era nada muito grave — não foi arrombamento, nem um crime de grandes proporções — só o relato de que alguém tinha levado o corta-relva de um vizinho.
Mas quando os agentes da PSP de Coimbra chegaram ao local, perceberam rapidamente que aquilo ia além de uma simples máquina.
A vítima era um rapaz de 14 anos. Aquele corta-relva não era só uma ferramenta — tinha sido o seu presente de aniversário.
E além disso, ele não o usava só para si.
Os agentes descobriram que o jovem utilizava o corta-relva para cortar a relva dos vizinhos mais idosos do bairro — e fazia isso completamente de graça. Não pedia dinheiro. Nem esperava nada em troca. Era só um gesto de bondade, vindo do coração.
Aquela informação foi o suficiente para os agentes.
Em vez de só preencher a ocorrência e seguir com o trabalho, um grupo de polícias do posto da zona oeste decidiu fazer mais. Juntaram dinheiro do próprio bolso. Depois, o Agente Silva foi à Leroy Merlin, escolheu um corta-relva novinho em folha e ainda comprou um galão de gasolina para acompanhar.
Não houve cerimónia. Nenhum comunicado à imprensa. Foi só um gesto de simpatia.
Mas a notícia espalhou-se quando a página *Coimbra em Notícia* partilhou uma foto do momento — o rapaz, todo sorridente, com o corta-relva novo, rodeado pelos agentes que tornaram aquilo possível.
A publicação ganhou tração rapidamente. Não por escândalo ou indignação, mas por algo mais raro: bondade pura.
Num mundo onde as notícias tantas vezes destacam o pior, histórias como esta lembram-nos que ainda há pessoas boas entre nós — muitas vezes de farda, fazendo o seu trabalho sem esperar elogios, só porque é a coisa certa a fazer.
Obrigado, Agente Silva, Agente Martins, e a todos os outros que não agiram apenas como polícias — mas como vizinhos, exemplos e seres humanos.
Vocês não substituíram só um corta-relva. Vocês renovaram a esperança — e lembraram a um rapaz de 14 anos que o bem que ele faz no mundo não passa despercebido.