Os médicos assistiram às filmagens das câmaras de vigilância do quarto onde estava um homem com um cão, e o que viram deixou todos horrorizados.
No Hospital de São José, em Lisboa, foi internado um homem de cerca de 65 anos. Encontraram-no desmaiado no Parque Eduardo VII, respirando com dificuldade, o pulso quase impercetível. Não tinha documentos, nem telemóvel—apenas um casaco velho e um cão ao seu lado.
O animal, um vira-lata ruivo com o pelo sujo, não se afastou do homem nem por um instante. Apesar da resistência da segurança, ele conseguiu entrar na UCI e deitar-se na cama ao lado do dono. A equipa médica ficou surpreendida: o cão parecia abandonado, mas o seu comportamento era calmo e quase humano, como se soubesse exatamente quem era aquele homem.
Os médicos fizeram exames, análises, tomografias—nada dava um diagnóstico claro. O homem continuava inconsciente. O único que reagia a qualquer mudança no seu estado era o cão. Às vezes encostava-se ao peito do dono, outras levantava a cabeça subitamente e começava a uivar baixinho.
No terceiro dia, uma enfermeira resolveu ver as gravações das câmaras para entender o comportamento estranho do animal. E o que viu deixou-a gelada.
Nas imagens, durante o turno da noite, os monitores registaram uma queda brusca nos níveis de oxigénio. Segundos antes, o cão saltou da cama, começou a ladrar e a arranhar a porta, chamando atenção.
Graças a ele, a enfermeira entrou a tempo e ligou o oxigénio suplementar.
Ao revirarem as gravações, notaram algo ainda mais estranho: o cão parecia prever cada piora no estado do paciente minutos antes dos aparelhos. Era como se sentisse o perigo antes de acontecer.
Passados alguns dias, o homem acordou. A primeira coisa que fez foi estender a mão para o cão. Quando lhe perguntaram se o conhecia, ele acenou com a cabeça e, com lágrimas nos olhos, respondeu:
— Eu levava-lhe comida todos os dias. Ele vivia na rua perto da minha casa. Nunca ladrava, só esperava. Não o podia levar para casa—tenho um apartamento pequeno e asma. Mas sabia que ele estava à minha espera…
Descobriram então que o cão, que ele alimentava há mais de um ano, tinha memorizado o seu cheiro, os seus passos, a sua voz. E quando o homem desmaiou na rua, foi o animal que correu por ajuda e nunca mais o abandonou.
Duas semanas depois, o homem teve alta. E desta vez, não saiu sozinho—o seu fiel companheiro seguia ao seu lado, para sempre.