Os médicos analisaram as filmagens das câmaras de vigilância do quarto onde estava um homem com um cão, e o que viram deixou todos em choque.
No Hospital de São José, em Lisboa, foi internado um homem de aproximadamente 65 anos. Encontraram-no desmaiado num jardim perto do Bairro Alto. Mal respirava, o pulso era fraco. Não tinha documentos, nem telemóvel — apenas um casaco velho e um cão ao seu lado.
O animal, um vira-lata ruivo com o pelo sujo, não se afastou do homem nem por um instante. Apesar da resistência da segurança, conseguiu entrar na UTI e deitou-se na cama ao lado dele. A equipa médica ficou surpreendida: o cão parecia abandonado, mas o seu comportamento era calmo e inteligente, como se soubesse exatamente quem era aquele homem.
Os médicos fizeram exames, análises, tomografias — nada explicava o estado do paciente. Ele permanecia inconsciente. O único que reagia a qualquer mudança no seu estado era o cão. Às vezes encostava-se ao peito do homem, outras levantava a cabeça de repente e começava a ganir baixinho.
No terceiro dia, um dos médicos decidiu ver as gravações das câmaras para entender o comportamento estranho do animal. E o que ele viu deixou-o gelado.
Nas imagens, durante o turno da noite, os monitores detetaram uma queda brusca nos níveis de oxigénio. Segundos antes, o cão saltou da cama, começou a ladrar e a arranhar a porta, chamando atenção.
Graças a isso, uma enfermeira conseguiu entrar a tempo e ligar o oxigénio suplementar.
Ao rever as filmagens, os médicos notaram algo ainda mais estranho: o cão antecipava cada piora no estado do homem minutos antes dos aparelhos registarem. Era como se sentisse que algo estava errado.
Dias depois, o homem acordou. A primeira coisa que fez foi estender a mão para o cão. Quando perguntaram se o conhecia, ele assentiu e, com lágrimas nos olhos, respondeu:
— Eu levava-lhe comida todos os dias. Ele vivia na rua, perto da minha casa. Nunca ladrava, só esperava. Não podia ficar com ele — moro num T1 e tenho asma. Mas eu sabia que ele estava à minha espera…
Descobriu-se então que o cão, que ele alimentava há mais de um ano, memorizara o seu cheiro, o seu andar, a sua voz. E quando o homem desmaiou na rua, foi o animal que correu a pedir ajuda e nunca mais o abandonou.
Duas semanas depois, o paciente teve alta. Mas não voltou para casa sozinho — agora, o seu fiel companheiro seguia ao seu lado, para sempre.